Pensando em reduzir a desinformação e espalhar aceitação, queremos trazer um tema muito importante a respeito da comunidade LGBTQIA+: a identidade de gênero!
Vamos entender, de uma vez por todas, o que realmente é, quais são e como entender o assunto de forma certa? Fique conosco!
SUMÁRIO:
- O que é a identidade de gênero?
- Diferença entre identidade de gênero, sexualidade e sexo biológico
- Quais são os gêneros?
- Cisgênero
- Ramificações
- Transgênero
- Ramificações
- A binaridade e os padrões sociais
- O que a ciência pensa sobre os outros gêneros?
- Por que e como respeitar pessoas de diferentes gêneros?
Bora começar, então?
O que é a identidade de gênero?
A identidade de gênero trata-se de como a pessoa se identifica, ou seja, de uma experiência individual e introspectiva de como a pessoa se vê.
Identidade de gênero não é exclusiva dos LGBTQIA+, e sim algo intrínseco do ser humano e como ele se vê. Vamos para exemplos para ir começando a se familiarizar com o conceito?
Clara se identifica como mulher e nasceu com uma vagina, ou seja, ela se vê da mesma forma que a sociedade a viu desde o nascimento.
Enquanto isso, Jéssica é uma mulher, pois se identifica como uma, mesmo que tenha sido dada como homem ao nascimento.
Diferença entre identidade de gênero, sexualidade e sexo biológico
Como explicamos, a identidade de gênero é como a pessoa se vê (homem, mulher, não-binário, etc.), ou seja, é algo introspectivo e particular.
Embora já tenhamos mencionado isso em outro momento, é sempre bom relembrar: orientação sexual se trata da sexualidade, em outras palavras, é por quem você sente atração e como (hétero, gay, lésbica, etc.). O sexo biológico se refere a genitália do nascimento e a expressão de gênero é como a pessoa se expressa no gênero dela (de forma mais feminina, masculina, andrógena, etc.)
Elas não são necessariamente ligadas, então uma pessoa pode ser hétero e mesmo assim ter uma identidade que foge do padrão, se expressar fora dos padrões, etc. Da mesma forma que uma lésbica pode estar dentro dos padrões de expressão e gênero, e tudo bem.
Vale lembrar que sempre existiram héteros na comunidade, certo? Só que eles entraram por fazer parte de outras siglas. Então uma mulher trans é da comunidade mesmo sendo hétero, da mesma forma que um bissexual ainda é LGBTQIA+ mesmo sendo cisgênero.
Quais são as diferentes identidades de gênero?
Antes de entrarmos na diferenciação das diversas identidades de gêneros, precisamos entender que gênero é uma idealização humana que foi criada e acabou por polarizar e agrupar pessoas em uma menor quantidade de conceitos, simplificando o que, sabemos, não deve ser considerado simples.
Observando que essa polarização não abrange todas as possibilidades da natureza humana, ramificações e diferenciações surgiram. É sobre as definições dessas ramificações que falaremos agora.
Cisgênero
A cisgeneridade é quando a pessoa se identifica com o gênero dado ao nascimento. Por exemplo, quando uma pessoa nasceu e foi dada como mulher e, ao crescer, ainda se identifica como uma.
Ela corresponde ao padrão social imposto sobre ela, já que se identifica com os padrões comportamentais desse gênero, podendo ou não se identificar com a expressão de gênero ligado a ela.
Por exemplo, um homem cis pode tranquilamente se identificar com feminilidade sem deixar de ser homem, porque ele tem os padrões de pensamentos de um, apenas não “se veste” como tal.
Os padrões polarizados que foram criados são o de homem e o de mulher:
Homem
É o gênero de pessoas que se identificam com o padrão mental masculino.
Pode ter flutuações conforme a cultura de cada local e na maioria das vezes é algo que transcende a lógica, ou seja, não é nada que a pessoa consiga dizer “eu sou isso por pensar mais dessa forma”, a pessoa apenas se sente representada por tal rótulo.
Mulher
É o gênero de pessoas que se identificam com o padrão mental feminino.
Sobre o argumento de que homem é aquele com cromossomos XY e a mulher o XX, destacamos que existem diversos casos de pessoas com cromossomos sexuais trocados, causados por diferentes condições intersexuais, como a síndrome de insensibilidade aos andrógenos (SIA) e a hiperplasia adrenal congênita (HAC).
Na SIA, a pessoa tem uma insensibilidade parcial ou completa aos hormônios andrógenos, o que a leva a desenvolver características físicas femininas. Na HAC, a pessoa pode apresentar uma maior produção de hormônios andrógenos, resultando em características físicas masculinas.
Essas pessoas podem se identificar como mulheres mesmo tendo o cromossomo XY ou como homem mesmo com o cromossomo XX sem serem questionados sobre.
Da mesma forma, pessoas sem essas condições também podem. Sem contar que ninguém fica por aí vendo cromossomos das pessoas pra dizer se são ou não os certos, ainda que exista um padrão biológico.
Transgênero
Agora vamos para a parte que talvez seja a menos difundida até então: vamos falar da identidade de gênero quando ela difere do padrão de gênero, ou seja, quando transgênero.
Aqui, normalmente resumimos às pessoas que se identificam com o gênero oposto, ou seja, foi dado como homem, mas se vê mulher. Foi dada como mulher, mas se vê como homem.
Mas não é só isso! Toda identidade que foge de seu padrão de nascimento é uma identidade trans! Por isso, não-binários, agênero e outras definições também são trans.
ATENÇÃO: transgênero é uma palavra inflexível, ou seja, gramaticalmente não flexiona nem pro plural, nem pro feminino, combinado?
1. Transmasculino
Se trata de pessoas designadas como mulheres ao nascer, mas que se identificam como homens. Elas podem ou não fazer transição para conseguir mais traços masculinos e não precisam fazer nenhuma cirurgia, se não quiserem.
2. Transfeminino
Trata-se de pessoas designadas como homens ao nascer, mas se identificam como mulheres. Elas podem ou não fazer transição para conseguir mais traços femininos e não precisam fazer nenhuma cirurgia, se não quiserem.
3. Não binário
É agora que a cabeça de alguns fundem, mas na realidade, é mais simples do que parece. A não-binaridade é a identidade de gênero das pessoas que fogem do padrão binário de gênero, ou seja, não se veem nem 100% como homem e nem 100% como mulher.
Esse é um termo guarda-chuva para todas as identidades mais complicadas e profundas de não-binaridade. Uma pessoa não-binária pode preferir ser tratada com pronomes femininos, masculinos ou neutros, basta perguntar antes.
4. Gênero fluido
O gênero fluido é aquele de pessoas que flutuam entre os gêneros, mudando conforme o tempo.
Por exemplo, hoje elas podem se sentir mulher e preferir ser tratadas no feminino, mas talvez daqui a alguns dias elas se sintam mais confortáveis de outra forma. E alguns dias depois voltar para o feminino.
Vale lembrar que gênero é um espectro tal qual a sexualidade e, por isso, ele pode ser fluido.
5. Agênero
Essa é a identidade de quem não se enquadra em nenhum gênero, nem homem, nem mulher, nem neutro, nada. A pessoa não consegue se ver ou se sentir encaixado em nenhum desses.
6. Bigênero
Enquanto o gênero fluido muda de um para outro, o bigênero não precisa mudar, ele é ambos ao mesmo tempo.
Não necessariamente precisa ser de homem e mulher e também não precisa seguir o mesmo padrão de intensidade sempre.
Ela pode se identificar completamente com ambos os gêneros ou não, ou seja, pode se identificar com tudo que se refere a uma mulher, sem parar de se identificar com tudo sobre a ageneridade..
7. Trigênero
É basicamente o mesmo do bigênero, mas ao invés de dois, são três gêneros. Novamente, podendo variar a intensidade. Ela pode se identificar completamente com ambos os gêneros ou não.
8. Pangênero
Pangênero é a identidade de gênero da pessoa, com muitos ou todos os gêneros dentro de si, podendo variar de intensidade de tempos em tempos. Ela pode se identificar completamente com ambos os gêneros ou não.
9. Demigênero
É aqui que entra o não se identificar completamente. Resumidamente, se trata de uma pessoa que se identifica, sim, com um gênero, mas não com tudo sobre ele. Ou seja, você pode ser demigênero mulher, homem, neutro, agênero e por aí vai.
10. Genderqueer
Uma pessoa genderqueer é aquela que não-intencionalmente desafia as noções tradicionais de gênero.
11. Neutrois
Já os neutrois são aqueles pautados na neutralidade. Não se trata da falta de um gênero, mas sim na presença de um que seja neutro.
12. Androgine
Ainda existem muitas outras identidades de gênero, mas vamos finalizar nesta. Normalmente são aquelas pessoas que você olha e não faz ideia se é um homem ou mulher: dica, provavelmente não é nenhum dos dois.
Uma pessoa andrógena é aquela que combina as características de gênero masculinas e femininas, podendo se identificar com ambas ou com nenhuma.
A binaridade e os padrões sociais
É preciso entender que a luta para a disseminação e aceitação de outros gêneros é muito importante, inclusive, no âmbito social e é por causa disso, inclusive, que tantas vezes é perseguida.
Desde pequenos somos ensinados que homem não chora, é forte e agressivo, que vai brincar de carrinho e de super-heróis, enquanto mulheres são delicadas, doces, emotivas, usam lacinho, brincam de boneca e de casinha.
Quando as crianças fogem desse padrão, tendem a ser muito repreendidas. Por quê? Simples, porque é por meio da definição do que é homem e do que é mulher, dentro da binaridade de gênero, que se mantém o status quo, que se mantém a estrutura de a mulher é feita para ser mãe e para ser emotiva, enquanto o homem não pode demonstrar sentimentos.
A divisão de gênero da forma como é hoje, é a principal ferramenta para evitar mudanças que podem ser disruptivas ao centro de poder dentro da sociedade.
O que a ciência pensa sobre os outros gêneros?
Muitas pesquisas científicas vêm mostrando que a separação de gênero pela genitália não é exatamente correta, afinal, é muita pretensão resumir biologia a cromossomo XX e XY ou a pênis e vagina.
Além de vários casos de mulheres com cromossomos XY, também existem vários estudos que mostram como os hormônios durante a gestação podem fazer uma grande diferença na formação do bebê e sua genitália.
Então, não se descarta a possibilidade de pessoas trans terem sofrido algum tipo de “erro” hormonal durante a gestão que as fez nascer com o “sexo trocado”.
Além disso, um dos maiores estudos genéticos já realizados sobre identidade de gênero, a hipótese apresentada pelos pesquisadores do Prince Henry’s Institute of Medical Research foi de que há a presença de receptores hormonais diferentes no cérebro de transexuais, podendo ser os responsáveis por essa condição.
Sem contar que, vamos combinar, o cérebro humano é muito mais profundo e complicado do que se resumir a um conceito social ou a uma genitália.
Por que respeitar pessoas de diferentes gêneros?
Devia ser óbvio o motivo de respeitar as pessoas, mas como o Brasil é um dos países que mais mata LGBTQIA+, achamos válido comentar sobre isso. Honestamente, concordando, gostando, entendendo ou não sobre os outros gêneros, todos têm o dever de respeitar, porque somos todos seres humanos no final do dia.
Além disso, a individualidade e liberdade que as pessoas tem não farão interferência na vida dos demais.
Sendo assim, não tem porque ir contra ou tratar de forma diferente pessoas que buscam sua identificação e sua felicidade. Respeito é bom, coletivo e todo mundo gosta.
Gostou do nosso conteúdo sobre identidade de gênero? Deu para tirar suas dúvidas? Caso ainda tenha algo para perguntar, comente abaixo. Até a próxima!
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