Você sabe o que significa a sigla LGBTQIA+? Apesar de ser um assunto muito frequente, muitas pessoas ainda têm a percepção completamente errada das siglas, compartilhando desinformação e, por vezes, até preconceitos.
Pensando nesse cenário, entramos em contato com algumas pessoas da comunidade, para nos ajudar a produzir um conteúdo mais assertivo. Vamos nessa?
SUMÁRIO
- Glossário básico inicial sobre sexualidade e gênero
- Glossário do que significa a sigla LGBTQIA+, confira:
- L = Lésbica
- Homorromântico
- G = Gay
- B = Bissexual
- Birromântico
- T = Trans
- Transgênero
- Travesti
- Não-binário
- Q = Queer
- I = Intersexo
- A = Assexual
- Estrita
- Demi
- Área Cinza
- P = Pansexual
- + = outras sexualidades
- Binário e não-binário, o que é cada um?
- Por que ter as siglas? Qual a importância?
- Termos em desuso para evitar
Glossário básico inicial sobre sexualidade e gênero
Como você viu no sumário, antes de começar, trouxemos um pequeno glossário dos termos que costumam ser mais usados pela sociedade no geral e alguns outros mais específicos, para te ajudar no entendimento das siglas:
- Cisgênero: também chamado apenas de Cis, são as pessoas que se identificam com o gênero estabelecido ao nascimento. Exemplo: Thiago nasceu biologicamente homem, hoje ele ainda se identifica como um.
- Alossexual: também chamado apenas de Alo, são aquelas pessoas que sentem atração sexual sem restrição, em uma quantidade “normal” de atração e desejo sexual, seguindo o padrão social. Exemplo: Vitória consegue sentir atração sexual pelas pessoas sem depender de conexões emocionais ou vínculos específicos. Se ela quiser, pode ter relação sexual com uma pessoa que acabou de conhecer.
- Heterossexual: também chamado apenas de Hétero, são as pessoas que se atraem apenas pelo sexo oposto. Exemplo: João é um homem e sente atração apenas por mulheres ou não-binários alinhados ao feminino.
- Heterorromântico: são aquelas pessoas que se conectam romanticamente apenas pelo sexo oposto. Eles podem, ou não, se identificar como heterossexual. Exemplo: Pedro é homem e só se apaixona por mulheres ou não-binários alinhados ao feminino.
- Homossexual: é o termo para pessoas que se atraem apenas pelo mesmo gênero que o dela. Exemplo: Julia é uma mulher e sente atração apenas por mulheres ou não-binários alinhados ao feminino.
- Homorromântico: são aquelas pessoas que se conectam romanticamente apenas pelo mesmo sexo. Exemplo: Rafael é homem e só se apaixona por homens ou não-binários alinhados ao masculino.
- Identidade de gênero: se refere ao gênero que a pessoa se identifica. Thiago, do primeiro exemplo, pode dizer que sua identidade de gênero é masculina.
- Orientação sexual: se refere a sexualidade da pessoa, por quem ela se atrai. João, do terceiro exemplo, pode dizer que a orientação sexual dele é hétero.
Glossário do que significa a sigla LGBTQIA+, confira letra por letra:
Como essa sigla sofreu tantas alterações ao longo do tempo, visando a inclusão, algumas pessoas ainda podem ter dúvidas sobre o que significa a sigla LGBTQIA+. Por isso vamos especificar ela para você letra por letra:
L = Lésbica
Lésbicas são mulheres que sentem atração apenas por outras mulheres ou não-binários alinhados ao feminino. Podem ser chamadas de homossexuais também, afinal, esse é o termo para pessoas que se atraem apenas pelo mesmo gênero que o dela. As lésbicas também podem se considerar homorrânticas se apaixonam-se apenas por mulheres.
Confira também: como fazer sexo lésbico?
G = Gay
Os gays são os homens homossexuais, ou seja, que sentem atração apenas por outros homens ou não-binários alinhados ao masculino. Também podem ser considerados homorromânticos se seguirem o mesmo padrão para as pessoas que se apaixonam.
Confira também: como apimentar o sexo gay?
B = Bissexual
A bissexualidade é a sexualidade das pessoas que se atraem por dois ou mais gêneros diferentes. Ela foge do padrão binário, especialmente por ser algo que está fora dele.
Pense assim: sempre foi a ideia do homem ou mulher, homo ou hétero. Isso é algo intrínseco na binaridade, o pautar de duas opções e só. A bissexualidade quebra isso ao trazer a possibilidade de ir contra a binaridade e se atrair por dois ou mais diferentes gêneros, sendo eles: homem, mulher, não-binário, travesti, agênero, gênero-fluído ou outros.
O criador de conteúdo Nick Thomás abordou um pouco desse assunto em sua série de vídeos, confira aqui.
Historicamente, tentaram muito colocar a bissexualidade como algo binário que excluía os trans, mas felizmente essa ideia era, uma hora ou outra, desmentida.
Birromântico
O birromântico é aquela pessoa que pode se apaixonar por pessoas de dois ou mais gêneros.
T = Trans
Para escrever essa parte, nos baseamos na explicação da influencer travesti Alina Durso traz:
A pessoa transgênero é aquela que foge do gênero dado ao nascimento. Por exemplo: Bianca, ao nascer, foi dada como homem, mas ela se identifica com mulher, por isso, é uma mulher trans. Dentro da transgeneridade, existem algumas subdivisões, como:
Transgênero
As pessoas transgênero não fogem do padrão binário em si, apenas se identificam com o oposto do que lhe foi definido ao nascer. Ou seja, homem que ao nascer foi dado como mulher, mas se identifica como homem, ou mulher que ao nascer foi dada como homem, mas se identifica como mulher.
Travesti
A identidade travesti é feminina e política, mas não se pauta na binaridade de gênero, ou seja, não se vê como mulher. As travestis são necessariamente latinas e ativas politicamente, performando feminilidade sem precisar se definir como mulher.
Não-binário
Sim, não-binários são trans! Às vezes isso pode causar certa confusão, mas é bem simples, a não-binaridade foge do padrão imposto ao nascimento, consequentemente é trans.
A grande diferença é que eles não se prendem à binaridade, ou seja, não se vê nem como homem, nem como mulher. Quer um exemplo? A cantora Demi Lovato, que usa pronomes femininos ou neutros, não se identificando somente como mulher.
Q = Queer
Quando entramos no assunto do que significa a sigla LGBTQIA+, o “Q” sempre causa certa confusão. Mas é tranquilo de entender.
O termo Queer é perfeito para pessoas que não se sentem confortáveis com as rotulações, mas que não se encontram também no padrão heterossexual. Nesses casos, a pessoa pode apenas dizer ser Queer.
Outro uso muito frequente é para representar pessoas da comunidade que não se identificam com os padrões esperados, por isso, transitam entre características de performance de diversos gêneros, sem precisar ser representado por eles. Tanto que no inglês “Queer” pode ser usado para definir algo “estranho”.
Pode ser usado também como um termo guarda-chuva para as pessoas LGBT1IA+.
I = Intersexo
Intersexo é o termo correto e respeitoso para o que antes denominávamos como “hermafrodita”. Mas então, por que elas estão na comunidade? Podendo ou não performar feminilidade, ou masculinidade, elas são pessoas que fogem do padrão de gênero social dado como normal “mulher tem vagina e homem tem pênis” e, por isso, estão aqui!
A = Assexual
Deixa eu adivinhar, você achou que o “A” era de Aliado. Isso já foi muito dito por aí, mas não, os aliados não estão na sigla, porque eles não fogem de nenhum padrão de sexualidade ou gênero. Eles são, sim, muito bem-vindos pela comunidade, mas não fazem parte dela.
A assexualidade, por outro lado, é um espectro da sexualidade. Ela é o oposto do que é considerado normal na sociedade, porque eles não performam a sua sexualidade com a atração e desejo da mesma forma que os alossexuais. Os assexuais (Ace) são as pessoas que sentem pouca ou nenhuma atração sexual pelas pessoas.
A arromanticidade é semelhante, mas ao invés de pautar na atração sexual, se pauta na atração romântica. O arromântico (Aro) sente pouca ou nenhuma atração romântica pelas pessoas.
Existem pessoas que são Aro-Ace, ou seja, sentem pouca ou nenhuma atração sexual e romântica pelas outras pessoas. Enquanto outras se identificam apenas como um.
Ao mesmo tempo que isso entra como sexualidade, ela também não entra. Não se trata de por quem você se atrai, mas como você se atrai. Não se trata da sua sexualidade, mas como você a performa. E não é restrito de uma sexualidade, um Ace pode ser gay, bi, hétero, pan e por aí vai.
Por ser um espectro, existem várias formas de performá-lo e são divididos em três tipos:
Estrita
O estrito é bem branco-no-preto. A pessoa sente pouca ou nenhuma atração (sexual ou romântica) pelas pessoas, sem exceção.
Demi
Esse espectro trata de pessoas que só conseguem sentir atração (sexual ou romântica) quando possuem um vínculo com a pessoa.
Pode ser intelectual, de amizade ou de amor, depende muito de cada um — o mais comum é a necessidade de vínculo romântico.
E sim, isso é uma forma de performar sexualidade, porque esse não é o padrão da sociedade. Não é uma escolha ou uma preferência. É uma condição, eles não conseguem mesmo que queiram, sentir atração por quem não tem esse vínculo.
Então, em festas e eventos, são normalmente perturbados constantemente para ficar com alguém e chamados de puritanos por dizer que não. Justamente por essa não aceitação de que algumas pessoas simplesmente não conseguem fazer isso, mesmo que queiram, é o que faz deles parte da comunidade.
Área Cinza
É a área cinza entre a alosexualidade e a assexuliadade. Também chamados de greysexual e assexualidade cinza, as pessoas que se identificam como tal são aquelas que sentem pouca ou nenhuma atração, com apenas algumas exceções. A grande diferença é que não existe um padrão nessas exceções, elas são extremamente específicas e não tão frequentes.
P = Pansexual
O “P” ainda não foi popularmente introduzido na sigla, mas já existe muita gente usando. De qualquer forma, ela vem para abranger as pessoas pan.
Vamos lá: ainda tem muito debate sobre a verdadeira diferença entre cada uma, especialmente por terem várias semelhanças entre si. Em resumo, já foram vistos erroneamente como:
- Bissexualidade era binária e pansexualidade não;
- Bissexualidade era só por pessoas e pansexualidade era por tudo (árvore, animais, etc);
- Bissexualidade e pansexualidade eram sinônimos, mas coexistiam porque muitas pessoas se sentiam desconfortáveis se intitulando bi.
Mas a realidade é um pouco mais simples: uma pessoa bi se importa com o gênero da outra pessoa, porque a sua atração depende disso — podendo sentir mais atração por x gênero do que os outros, ou ter uma distribuição desigual de atração. Já uma pessoa pan não vê a diferença entre gêneros, é como se eles fossem cegos a esse fator.
É claro que ainda tem muito debate nesse assunto e ainda vai vir muita coisa até realmente bater o martelo com a definição. Mas o importante mesmo é você não tratar um pan como um bi, eles merecem ser vistos como separados, mesmo que parecidos.
+ = outras sexualidades e identidades de gênero
Ainda existe muito pano para manga nas siglas, é claro, ainda mais agora que as pessoas estão se descobrindo mais e tendo mais liberdade de gênero e sexualidade. Por isso, o símbolo de mais vem para representar todas as outras sexualidades e gêneros.
Mas ei, fique de olho. Os MAPs (que abrange zoofilia, necrofilia, dendrofilia e pedofilia) não fazem parte da comunidade, eles são pessoas doentes que precisam de tratamento médico e psiquiátrico!
Binário e não-binário, o que é cada um?
Antes de tudo, binaridade está em diversos aspectos e não apenas na sexualidade, porque é apenas algo que comporta dois elementos. É usado na matemática, por exemplo. A binaridade de gênero, por outro lado, é aquela ideia de que existem apenas duas possibilidades, no caso, ou você é homem, ou mulher e ponto.
É muito comum usar o termo da binaridade no assunto gênero para definir as pessoas que expressam e se identificam com um dos gêneros da binaridade (homem ou mulher), enquanto os não-binários são aqueles que não se identificam com nenhum deles.
Outras celebridades, além da Demi, que também se reconhecem como não-binárias são Sam Smith, Bella Ramsey, Bárbara Paz, Emma D’arcy, Janelle Monáe, Ruby Rose, Vonathan Van Ness e por aí vai.
Por que ter as siglas? Qual a importância?
Uma pauta que surge com frequência quando começamos a falar o que significa a sigla LGBTQIA+ é a ideia do “pra que tanta sigla, só seja você e pronto, esse tanto de nome só traz uma visão negativa pra vocês”. E sobre isso que vamos debater.
As siglas vieram para abraçar aqueles que não se encaixam, para facilitar o autoconhecimento. Uma pessoa, quando está se descobrindo, têm muitas dúvidas sobre o que faz sentido para elas.
Nessas horas, ter como pesquisar definições é essencial e ajuda muito. Saber se definir ajuda muito, também, que as pessoas não se sintam como estranhas, como as únicas diferentes, porque elas podem se ver em outras pessoas, encontrar uma corrente de apoio e pessoas que realmente entendem sobre o assunto, para conversar sobre.
Então sim, é importante e é essencial, porque é por meio dela que muitos conseguem se entender e se aceitar, encontrar apoio e ajuda.
Termos em desuso para evitar
Para finalizar o conteúdo, trouxemos aqui alguns termos para você não usar mais. Todos em desuso e podendo ser considerados até pejorativos. São eles:
- Homossexualismo: o sufixo “ismo” é usado para denominar doenças, por isso é incorreto. Mude para Homossexual;
- Opção sexual: não é opção, porque não é uma escolha. Da mesma forma que héteros não escolheram ser heteros, os gays, lésbicas, bi, etc, também não escolheram. Use o termo Orientação Sexual;
- Traveco: o sufixo “eco” é normalmente usado para dar uma noção de inferioridade, por isso use Travesti ou Trans;
- Sapatão e caminhoneira: apesar de ter sido abraçado e ressignificado pelas lésbicas, esse termo sempre foi usado pejorativamente, para dar a entender que é a ausência de feminilidade e reforça um esteriótipo. Use lésbica;
- Bicha/bichinha, Viado/viadinho, Boiola, Baitola e Florzinha/frutinha: também foi ressignificado, mas se você não tem intimidade com a pessoa e nem essa liberdade, não use esses termos. Eles são muito utilizados para fazer bullying com garotos gays (ou homens de outras sexualidades que não são tão masculinos). Use gay;
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