A LGBTQIA+ é uma comunidade em constante crescimento e cada vez mais adaptação, sempre visando inclusão. Junto com nosso artigo sobre o significado da sigla, preparamos também um guia completo para te ajudar a entender tudo sobre orientação sexual e estar sempre por dentro do assunto e poder mandar para as pessoas que você conhece que ainda não entendem completamente sobre o tema, mas querem se inteirar. Vamos nessa?
O que é orientação sexual?
A orientação sexual se refere a quem e como você se atrai sexualmente ou romanticamente. Não se trata de uma escolha, uma decisão ou algo do tipo, muito pelo contrário, é algo que você percebe ao longo de sua vida e conforme desenvolve o autoconhecimento.
Qual a diferença de orientação sexual e identidade de gênero?
Enquanto uma se refere a quem um indivíduo se atrai, a identidade de gênero se refere a como uma pessoa se vê, se identifica. Ou seja, enquanto um se refere às outras pessoas, o outro é algo mais introspectivo sobre si mesmo.
Dessa forma, identidade de gênero é algo que também vem do autoconhecimento, mas dessa vez, sobre entender como você se vê, com o que você se identifica como pessoa e onde se encaixa dentro (ou fora) da binaridade de gênero (homem ou mulher).
A imagem ajuda a entender melhor: uma pessoa tem ambos e mais outros aspectos, todo mundo tem uma orientação no coração (por quem se atrai), na cabeça, uma forma de se identificar, entre as pernas uma genitália (que pode ou não ser “igual” a de seu gênero) é uma forma de se expressar socialmente (forma de vestir, de usar o cabelo, se arrumar).
Quantos tipos de orientação existem? Quais são?
É difícil dizer em números. No momento existem 5 mais conhecidas, mas cada uma delas podem ter subdivisões, podem surgir novas também, afinal, sexualidade não é tão fácil de ser explicada.
Vamos nos aprofundar ao máximo nas orientações sexuais conhecidas. Para te ajudar, dividimos em dois tipos, as “por quem” e as “como”. Vamos nessa:
Orientação sexual: por quem você se atrai
A sexualidade na superfície, pode ser dada apenas por quem você se atrai, ou seja, pelo sexo oposto, pelo mesmo sexo ou ambos. Pensando dessa forma, temos 3 tipos:
Heterossexualidade: atração ao sexo oposto
Se refere às pessoas que só se atraem pelo sexo oposto. Então um homem hétero só se atrai por mulheres e vice-versa.
Existe também a heterorromanticidade, que é muito parecida, mas com a diferença de que se refere a quem você se apaixona, podendo, ou não, se atrair sexualmente por ela.
Por exemplo, Bruno se considera bissexual porque se atrai sexualmente não apenas por mulheres, mas se vê como heterorromântico, pois não só consegue se apaixonar por mulheres. Já o Miguel se vê como heterossexual e heterorromântico, porque só se apaixona e só se atrai sexualmente por mulheres.
Homossexualidade: atração ao mesmo sexo
A homossexualidade refere-se aos gays e lésbicas, ou seja, às pessoas que só se atraem pelo mesmo sexo que o delas. Então uma mulher homossexual só se atrai por mulheres.
Existe também a homorromanticidade, que se refere a quem só consegue se apaixonar por quem é do mesmo gênero. Ela pode ou não acompanhar a homossexualidade.
Por exemplo: Ana é lésbica e só se atrai romanticamente e sexualmente por mulheres. Já Jéssica é bissexual e homorromântica, porque se atrai por mais gêneros, mas só se apaixona pelo mesmo que o dela.
Confira também: como fazer sexo lésbico, confira aqui!
Multissexualidade: atração a dois ou mais gêneros
A multissexualidade abraça os bissexuais, pansexuais e outros que logo falaremos sobre, se referindo às pessoas que se atraem por dois ou mais gêneros. Então uma mulher multissexual se atrai por mulheres e homens.
Existe também a multirromanticidade, que se refere a quem consegue se apaixonar por dois ou mais gêneros. Ela pode ou não acompanhar a multissexualidade.
Por exemplo: Rita é bissexual e se atrai romanticamente e sexualmente por todos os gêneros. Já Matheus é pansexual e homorromântica, porque se atrai qualquer gênero, mas só se apaixona pelo mesmo que o dele.
Estamos trabalhando como multi de primeira porque existe muito debate dentro das sexualidades que fogem do padrão binário. Por exemplo, homo e hétero se mantém no padrão homem ou mulher, ou seja, binário. Não só isso, a ideia de gay ou hétero também um padrão binário, ou seja, ou um ou outro.
A bissexualidade, pansexualidade e outras sexualidades multi fogem desse padrão simplesmente por não estarem dentro das “opções” já mapeadas, embora precisem ser conhecidas e respeitadas.
Como, no entanto, ainda tem debate demais e “conclusão” de menos, vamos explicar os dois mais comuns e que estão com melhor definição, para não te confundir:
Bissexualidade: se atrai por dois ou mais gêneros
A bissexualidade se refere àquelas pessoas que se atraem por dois ou mais gêneros. Não, ela não exclui os trans e não-binários. Essa é uma informação espalhada na tentativa de segregação, mas felizmente vem sendo amplamente combatida.
O grande ponto dessa sexualidade é que ela pode ter flutuação na atração pelos gêneros, então Marcos pode gostar mais de mulher do que de homem e isso não o faz menos bissexual. Karina, por outro lado, se atrai por todos igualmente e também é bissexual.
Mas ei, isso não quer dizer que eles se atraem por todos ao mesmo tempo! Da mesma forma que um hétero não se atrai por todas as mulheres ou homens ao seu redor, um bissexual também não se atrai por todo mundo ao seu redor.
Pansexualidade: se atrai por todo e qualquer gênero
Já a pansexualidade se refere àquelas pessoas que se atraem por pessoas de todos os gêneros. A diferença é na forma como isso acontece.
Vamos explicar de maneira mais prática: uma pessoa bi se atrai por uma mulher por ela ser mulher, e se atrai por um não-binário por ele ser não-binário. Já uma pessoa pan se atrai por uma pessoa por ela ser uma pessoa e não pelo seu gênero. É como se eles fossem “cegos” ao gênero.
Espectro da orientação sexual: como você se atrai
A sexualidade é mais complexa do que uma ideia preto no branco, por isso, não se trata só de por quem você se atrai, mas também o como.
Nem todo mundo sente atração da mesma forma, não é como se todos os gays direcionassem da mesma forma a sua sexualidade em relação aos outros. E é aí que entram os espectros da orientação sexual, que se referem a como você direciona a sua atração às outras pessoas.
Alossexualidade: se atrai da forma considerada “padrão”
A alossexualidade é aquela que a sociedade pinta como “normal” e se refere àqueles que conseguem se atrair pelas pessoas sem nenhuma restrição.
Por exemplo, um indivíduo Alo consegue ir em uma festa, se atrair por outra pessoa e se aproximar com objetivo de ter uma relação sexual, porque vai conseguir sentir o prazer do sexo mesmo sem ter nenhuma conexão com essa pessoa.
Então, Maria é alossexual e lésbica, ela vai em encontros e fica com os dates dela porque pintou um clima e porque ela se atraiu por elas. Ela sente prazer e curte o momento, mas não significa que esteja apaixonada.
Já o Marcelo é alossexual e hétero, mas ele não gosta de ficar com pessoas sem antes ter uma conexão maior, de sentimentos. E tudo bem, isso não faz dele menos alo, ele apenas escolheu e tem a preferência de não ficar com quem não gosta.
Assexualidade: sente pouca ou nenhuma atração
A assexualidade se refere àqueles que sentem pouca ou nenhuma atração sexual pelos outros.
Isso não é uma questão de libido, eles podem ter libido e se masturbarem, por exemplo, mas não conseguem direcionar para outras pessoas, e se conseguem, é pouco. E não diga que eles não gostam de sexo, eles podem, sim, gostar, mas não é tudo isso para eles.
Existem três espectros da assexualidade:
- Estrito: aquele que realmente sente pouca ou nenhuma atração sexual pelos outros, sem exceção.
- Demissexual: aquele que sente pouca ou nenhuma atração sexual por quem ele não possui uma conexão (podendo ser romântica, de amizade, ou intelectual, depende da pessoa), mas quando essa conexão existe, ele a atração aumenta.
- Cinzenta/Área Cinza: aquela que sente pouca ou nenhuma atração sexual pelos outros, com algumas exceções sem padrão definido. Elas são extremamente específicas e não tão frequentes.
Por exemplo, a Roberta é assexual estrita e hétero, ela é casada e faz sexo com o marido. Não é algo que ela sinta tanto prazer, mas tudo bem. Ela passaria muito bem sem a relação sexual, mas gosta de seu marido e eles se divertem juntos.
Já a Carla é demissexual e bissexual, ela não consegue ficar com pessoas em festas mesmo que tente, porque simplesmente não sente nada ou quase nada de prazer nesses momentos, mas quando ela tem uma conexão romântica com uma pessoa, ela se atrai e tem vontades sexuais tal qual um alossexual. Só que apenas nesses casos.
Arromanticidade: sente pouca ou nenhuma ligação romântica
A arromanticidade é praticamente a mesma coisa da assexualidade, com os três mesmos espectros, mas se refere como eles se apaixonam romanticamente. Um arromântico sente pouca ou nenhuma atração romântica e isso pode ou não vir junto da assexualidade.
Por exemplo, Anderson é demirromântico e só consegue se apaixonar quando ele já tem uma certa conexão (como amizade) com uma pessoa. É uma condição que ele não consegue fugir, mesmo que queira.
Já Bárbara é arromântica estrita e não consegue se apaixonar romanticamente pelas pessoas, mesmo que se sinta atraída, em outros aspectos, por elas — e não, isso não tem nenhuma relação com traumas passados, é simplesmente como a pessoa é.
Alorromanticidade: se apaixona de forma “normal”
Por fim, temos a alorromanticidade, que é a mesma coisa que a alossexualidade, só que sobre as relações românticas.
Esse é o que conhecemos por padrão: uma pessoa alorromântica pode se apaixonar por qualquer pessoa, sem nenhum tipo de exceção, sendo unicamente regido pelos gostos e preferências da pessoa.
Por que é orientação sexual e não opção sexual?
Para finalizar o assunto, por que não se chama mais opção e sim orientação sexual? A resposta é simples, porque não é uma opção. Da mesma forma que ninguém escolhe ser hétero durante a vida, ninguém escolhe ser gay.
Tratar como opção sexual abre espaço para o preconceito, sendo que sexualidade não se escolhe, simplesmente acontece.
E então, conseguiu tirar suas dúvidas? Esperamos que sim, aproveite e confira nossos conteúdos abaixo e até a próxima!
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